
‘Para sempre', em minha opinião, é nada mais nada menos que um dia depois do outro. . Ou seja, é construção . Em princípio,não existe. Mas basta que façamos a mesma escolha* sucessivamente e teremos construído o 'para sempre'. O que quero dizer é que o 'sempre' não é magia nem tampouco um tempo que pré-exista. Ele é conseqüência. Nada mais que conseqüência de uma sucessão* de dias, vividos minuto por minuto. Quanto ao AMOR*, tem gente que acredita que só é de verdade se durar "até que a morte os separe". Outras, como o grande Vinícius de Moraes poetizou, apostam no "que seja eterno enquanto dure". Eu, neste caso, admiro a coragem de quem vai até o fim, de quem se entrega inteiramente* ao que sente, de quem se permite viveraquilo que seu coração pede* até que todas as chamas se apaguem*. Mais do que isso: até que as brasas esfriem e - depois de todas as tentativas – nada mais possa ser resgatado do fogo que um dia ardeu. [...] “Pros erros há perdão*; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis*, TEMPO . De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.Um romance cujo fim é instantâneo* ou indolor* não é romance. ". . . Porque de corações partidos* por causa de um amor vivido pela metade as ruas estão cheias. Assim como de almas que perambulam feito pontos de interrogação, a se questionar* o que mais poderiam ter feito para que o outro também estivesse presente, para que não fugissetão furtivamente, tão covardemente, tão sordidamente. É por isso que insisto: muito mais do que nos preocuparmos com o 'para sempre', precisamos começar a investir no 'até o fim', para que o 'AGORA' tenha mais significado, para que as intenções*, as palavras*, as atitudes e todos os recomeços façam parte de uma história mais sólida, que realmente valha a pena*. Sei que, em alguns casos, motivos de força maior impedem um amor de ser vivido, mas na maioria das vezes o que afasta dois corações* é muito mais intolerância, ilusões* ou auto-defesas tolas do que algo que realmente justifique o lamentável desfecho. O outro não quer? Desistiu*? Acovardou-se? OK! Por mais imbecil* que seja, é um direito dele. Esteja certo de que você fez o que estava ao seu* alcance e depois... bem, depois recolha-se e pondere: "pros amores impossíveis, tempo". Tempo em que você terminará descobrindo que a vida* tem seu jeito misterioso de fazer o amor acontecer, mas que - no final das contas – feliz mesmo é quem, apesar de tudo, tem coragem de ir até o fim . .